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21 maio, 2015

Preconceito como no tempo do Engenho dos Afonsos

Por Emilson Moreira

Como no século colonial na região, a família do senhor de engenho João Afonso de Oliveira, casado com Inês de Paredes, sofreu com o preconceito racial, religioso. A família dos Afonsos eram ricos, mas a esposa, filha e muitos dos familiares foram perseguidos e presos pela Inquisição nos anos de 1700 por serem cristãos-novos e mestiçosNessa época, os que andavam a pé pelas ruas eram, em geral, trabalhador braçal, um Zé Ninguém aos olhos vistos do preconceito. Os ricos andavam carregado por burros, cavalos, cadeirinhas conduzidas por escravos. 


Hoje em dia, os pedestres e ciclistas sofrem preconceitos das mãos de uma cultura que adora carro. O acesso aos lugares é dificultado. Muitas pessoas dão mais importância ao carro do que as pessoas. O carro não pode arranhar nem o fluxo pode parar. Na ciclovia compartilhada, pedestres e ciclistas correm risco de serem atropelados pelos motoristas sempre apressados que passam com seus carros em alta velocidade.
Quem anda a pé, de bike ou de ônibus, até que prove ao contrário, é um Zé Ninguém e é vítima do velho preconceito. A arte de se colocar no lugar do outro, de tratar o outro como igual e de obedecer as normas de convívio social é um modismo diz quem não sabe o que é ser sustentável. 

Embora o Código Brasileiro de Trânsito defenda o direito de circulação dos pedestres e ciclistas na ciclovia compartilhada e a prioridade dos pedestres em relação aos ciclistas e destes em relação aos automóveis, muitos motoristas ainda acreditam que os pedestres e ciclistas devem sempre ceder passagem ao carro. Sair de sua frente, sumir, evaporar, liberando o espaço público que lhe é de direito para o carro passar sem empecilho para chegar ao destino. 


Por questões culturais, muitas pessoas não enxergam como problema colocar um simples carro na calçada, acreditam que lugar de andar de bicicleta é só no parque e que às leis, normas, regras de convívio só vale para os outros, ou conforme sua conveniência.


A questão é: precisamos educar, sensibilizar, motivar as pessoas em relação aos temas de igualdade, respeito ao próximo e obediência às regras de convívio, em benefício de uma sociedade sustentável. Precisamos de mais e mais cidadãos conscientes para fazer minguar as atitudes insustentáveis aos dias de hoje nas ruas do bairro Jardim Sulacap.




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