1951 - “Jardim Sulacap - Rio", tecnicamente pensado, poético para despertar sentimentos e para os moradores viverem de acordo com seus próprios sonhos, valores, experiências e práticas.
“Realize seu sonho no Jardim Sulacap – Rio.” Criada mais 200 casas. “Três e dois quartos, banheiro e cozinha, e dotadas de todos os requisitos indispensáveis, como água, luz e esgoto, oferecerão o necessário conforto aos seus moradores. Ruas calçadas e arborizadas e galerias de águas fluviais, completam tudo que se possa desejar nessa futurosa zona.”
Anúncio. Fonte: Correio da Manhã, 28/10/1951, p.22. |
Fonte: Idem. |
As casas eram construídas com “48 fachadas diferentes, alegres, sólidas, bem arejadas”.
"As casas são construídas com muito esmero, "oferecendo enfim o máximo de conforto dentro do limite de seu preço". "Em qualquer dessas casas pode-se viver tranquilo e sossegadamente."
Fonte: Ibidem. |
Fonte: Diário de Notícias, 31/12/1951. |
No mesmo ano, em dezembro, foi aprovado os projetos de arborização e ajardinamento. Em 1955, a Aeronáutica adquiriu mais 200 casas.
"Plano urbanístico cuidadoso"
O que chamou atenção do Ministério da Aeronáutica para proporcionar aos oficiais e suboficiais residências próximas do local de trabalho foi o “plano urbanístico cuidadoso” com requisitos indispensáveis como água, luz, esgoto e mais condições de conforto e bem-estar (Correio da Manhã, 26/07/1955).
Jardim Sulacap em 1955: prédio do centro de bairro e casas em ruas amplas (Fonte: Correio da Manhã, 26/07/1955, p. 2). |
Magnificamente situado o "Jardim Sulacap" próximo, em relação à base área do Campo dos Afonsos, à Escola de Aeronáutica, erguidas as casas em ruas amplas e bem pavimentadas, onde foi observada um plano urbanístico cuidadoso, a que se aliam requisitos indispensáveis, como água, luz, esgoto e mais condições de conforto e bem-estar, despertou o grande conjunto a atenção do Ministério da Aeronáutica que viu ali a possibilidade de proporcionar aos oficiais e sub-oficiais residências próxima do local de suas atividades. (Correio da Manhã, 26/07/1955).
A partir do coração do bairro - Praça Mário Saraiva - a região começou agregar uma ocupação diversificada em uso, contemplando moradias horizontais, verticais, comércio, serviço, espaços comuns para lazer e harmonizado e integrado com áreas verdes.
O coração do bairro Jardim Sulacap, anos 60. Uma nova centralidade – modelo que passou contribuir para minimizar deslocamentos, proporcionando qualidade de vida a seus moradores e usuários.
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Foi assim que os sulacapenses passaram logo a absorver a
urbanidade sustentável como estilo de vida, conectada com as áreas verdes,
menos estressante, alegre e mais gratificante e não como modismo de uma época.
Tantas outras casas foram construídas sob responsabilidade dos próprios moradores. Como aconteceu também no loteamento Residencial Fazenda dos Afonsos (mais conhecido hoje como Loteamento).
Muitas casas misturavam arquitetura modernista da época e áreas verdes. Cobogós, brise-soleil, pilotis de ferro, marquises, platibanda são alguns elementos modernistas que caiu no gosto de todas as classes da época e apareceram em várias casas.
Fé e diversidade de sonhos
Acreditando e confiando em uma nova vida, pessoas, famílias de diferentes lugares - norte e nordeste, leste e oeste e do próprio sudeste e até do estrangeiro - vieram para uma nova vida no Jardim Sulacap. Uma explosão de sonhos, tradições, costumes, habilidades, valores, tipos de diversões, crenças, olhares, leituras e linguagens.
Desafios da época
Para os primeiros moradores que chegaram, foi brabo, havia ainda muita coisa por fazer e enfrentaram vários desafios juntos, como falta de diversão, a carência de transporte público e a falta de um bom comércio.
Para os primeiros moradores que chegaram, foi brabo, havia ainda muita coisa por fazer e enfrentaram vários desafios juntos, como falta de diversão, a carência de transporte público e a falta de um bom comércio.
Na época, havia pouquíssimas lojas abertas no centro comercial, na Praça Mário Saraiva e nos outros pontos de lojas. Longe dos grandes centros comerciais, as mercadorias eram bem mais caras do que outros lugares do Rio de Janeiro.
O transporte público não era lá essas coisas e a indústria automobilística bombardeava com seus anúncios.
A linha de ônibus 75 (Bangu-Candelária) e carros de lotação em direção a Cascadura e Méier cruzavam pela Intendente Magalhães (atual Av. Marechal Fontenelle), com tarifa de 5 cruzeiros (Fonte: Diário da Noite, 11/12/1951).
A linha de ônibus 75 (Bangu-Candelária) e carros de lotação em direção a Cascadura e Méier cruzavam pela Intendente Magalhães (atual Av. Marechal Fontenelle), com tarifa de 5 cruzeiros (Fonte: Diário da Noite, 11/12/1951).
A linha Mariópolis-Sulacap-Marechal-Hermes (Viação Redentor) servia o bairro. A linha Jardim Sulacap-Bonsucesso começou operar em agosto de 1958, saindo da Praça Mário Saraiva (local que não interferia no fluxo do trânsito).
Movimento de associações sulacapenses
Alguns moradores agarram logo a causa de tornar a comunidade e a bairro melhor. Em 6 de julho de 1954, foi fundada a Associação Atlética Jardim Sulacap para proporcionar atividades de educação física e diversões esportivas, culturais, sociais e artísticas (Fonte: JusBrasil).
Correio da Manhã, 5/9/1956, p.2. |
Em 15/5/1958, foi fundada a Associação dos Amigos do Jardim Sulacap, tendo como primeiro presidente o advogado Jairo Mello Mendonça. Deste modo, alguns moradores começaram a trabalhar juntos para tratar das questões de interesse comum.
No dia 25/10/1958, no seu primeiro edital, a Associação convidava os associados para uma assembleia geral ordinária, a realizar-se no dia 1/11/1958.
Anos 50 foi início de muitas amizades. Os grupos não só compartilhavam coisas boas, mas também os desafios e obstáculos como combustíveis que são para os faróis divinizados. De lá para cá, o movimento comunitário para enfrentar os desafios locais nunca deixou de existir.
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