Acessibilidade precária, alagamentos e outros problemas exigem adaptação já
Temos que nos mobilizar juntos (moradores, organizações, governos). A avaliação é só ponto de partida. Conhecer as condições econômicas, sociais, ambientais e de mobilidade do bairro é importante, mas saber o que podemos fazer para resolver os problemas é o passo seguinte. Pois, só identificar as áreas prioritárias não adianta. Só dados estatísticos não resolverá nada. Alerta, mas precisamos agir juntos para enfrentar os desafios reais.
Agir para adaptar o bairro às mudanças é uma prioridade, buscando reduzir ao máximo possível os problemas relacionados à mobilidade urbana, ao desemprego, aos fenômenos naturais ou gerados pela ação humana.
Ações imediatas de adaptação se referem a iniciativas e medidas capazes de contra-atacar os impactos atuais e potenciais com uma série de respostas. A partir da identificação das questões prioritárias, as ações e atitudes devem ir além do costume, do trivial. Nada deve parecer natural, nada deve parecer impossível a mudar, contribuindo para que os objetivos de cada área prioritária sejam alcançados.
Há várias coisas que podemos fazer para ajudar adaptar o bairro às mudanças, tais como:
- promover campanhas de sensibilização e conscientização para cada questão que afeta a nossa volta para construir uma realidade mais sustentável;
- colocar nas agendas (das famílias, escolas e organizações) as questões de sustentabilidade;
- agir para construir rampas de acessibilidade e rebaixar canteiros; substituir calçadas todas cimentadas por calçadas verdes; monitorar a qualidade do ar;
- agir para plantar árvores específicas para captura de poluentes;
- assumir um estilo de vida mais equilibrado usando, por exemplo, a bicicleta, os próprios pés, o transporte público sempre que puder como meio de transporte para reduzir intencionalmente a poluição do ar e gastos com transporte;
- adotar medidas de acalmia de tráfego (traffic calming) reduzir a velocidade e o poder letal dos automóveis, para que todos possam circular pelo bairro com mais segurança e menos poluição; entre outras ações.
Trata-se, portanto, de um conjunto de ações capaz de eliminar, reduzir ou prevenir impactos negativos em diferentes dimensões da vida, visando garantir um futuro mais sustentável no Jardim Sulacap. Cada um deve fazer a sua parte.
Vulnerabilidade e resiliência são duas variáveis que devemos considerar.
Vulnerabilidade é o grau de suscetibilidade (tendência, sensibilidade) dos sistemas urbanos (ecológicos, geofísicos e socioeconômicos) para lidar com os efeitos adversos. Por exemplo, com a infraestrutura cinza (composta pelo cimento e o asfalto), drenagem insuficiente, lixos jogados na rua e demora do serviço de limpeza do Rio Tingui (Japoré), a Rua Vicente de Neiva e outras próximas estão suscetíveis a enchentes. Outro exemplo de vulnerabilidade é a infraestrutura de acessibilidade urbana que reduz a qualidade ambiental e a qualidade de vida dos moradores, coloca os cadeirantes e as pessoas de mobilidade reduzida em situação de fragilidade, que os tornam expostos a riscos de acidentes e a níveis significativos de desagregação social, além de tirar a autonomia e a independência.
Já Resiliência é a capacidade de recuperação e adaptação de um bairro enfrentar fatos adversos, sejam eles problemas socioeconômicos (desemprego, segurança pública), ambientais (poluição do ar, enchentes) ou problemas de infraestrutura de mobilidade.
Quando as pessoas se juntam e influenciam as decisões locais, não esperam as coisas ficarem piores e dão exemplos, os bairros tendem a se tornarem resilientes, ou seja, mais resistentes a eventos externos (ameaças naturais ou geradas pela ação humana).
Quando as pessoas se juntam e influenciam as decisões locais, não esperam as coisas ficarem piores e dão exemplos, os bairros tendem a se tornarem resilientes, ou seja, mais resistentes a eventos externos (ameaças naturais ou geradas pela ação humana).
Quem é fraco numa crise, é realmente fraco. Inevitavelmente ninguém está livre dos problemas – crises, contratempos e pressões externas.
É preciso tornar o bairro menos vulnerável (isto é, menos fraco) ao desemprego, às emissões de poluentes, aos problemas de mobilidade. E, ao mesmo tempo, mais resiliente, reduzindo a vulnerabilidade por conta da precária infraestrutura de acessibilidade, arborização regular, etc. Quanto menor a vulnerabilidade do sistema urbano e maior a resiliência (capacidade de resposta), maior será o potencial do Jardim Sulacap de se adaptar às mudanças.
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