19 novembro, 2015

Por que a JSBS defende os jacarés?

Urbanização sem controle e poluição são ameaças à vida dos jacarés do Jardim Sulacap e a perda desses animais afeta a vida dos moradores.

Mesmo com um trabalho pequeno frente a crescente urbanização, a JSBS luta pela preservação dos animais e das áreas verdes e azuis do bairro. Defendemos os jacarés porque defendemos a vida e a perda da biodiversidade afeta a todos moradores, pois estamos todos ligados, cada um do ecossistema tem importante papel. 


Os jacarés sobrevivem em lagos, lagoas, rios, brejos e mangues. Em Jardim Sulacap, apesar do crescimento urbano descontrolado e da poluição, um dos lugares conhecidos onde os répteis sobrevivem é no Rio dos Afonsos. É uma atração antiga no bairro e vira e mexe, eles sempre estão aparecendo na mídia.


O réptil não oferece risco à população por estar em sua casa, o rio, seu habitat natural. As pessoas se impressionam, tiram fotos e alguns desavisados dão até comida inapropriada a eles.



Inusitado e preocupante é encontrar os animais em um bueiro, quintal, piscina ou outros lugares, como no refeitório do quartel da PM
Quem encontrar um animal silvestre na rua ou em casa pode ligar para o Corpo de Bombeiros (telefone 193) ou para a central de atendimento da Prefeitura do Rio (telefone 1746).
Temos que aprender a conviver com os bichos. Buscar soluções para exterminar os répteis do Jardim Sulacap é um grande erro. Eles fazem parte da verdadeira teia da vida – da biodiversidade do planeta.  

Impactos nocivos: entenda o que está acontecendo com os jacarés e as consequências.
  • Com a via Transolímpica, a vida dos répteis agravou mais ainda, pois eles perderam espaços de seu habitat, além de prejudicar o escoamento da água da chuva e alterar o clima e o microclima da região.
  • As águas da chuva carregadas de lixo e materiais pesados (tinta, óleo, etc.) acabam dizimando a fauna natural, como peixes, com isso, reduzindo o alimento dos jacarés.
  • Com pouco espaço adequado e pouco alimento, os jacarés se expõem nas ruas e até lugares antes improváveis e, com isso, cresce o risco de ataques a crianças e animais, como cães. Jacarés aparecem com mais frequência dentro dos rios, dificilmente fora deles. Mas, agora estamos presenciando jacarés no meio das ruas e outros lugares. Os seres humanos não fazem parte da dieta dos jacarés, a menos que cheguem perto ou queiram tocá-los, eles atacam.
  • Não se sabe sobre a quantidade, mas com a extinção ou redução dos jacarés na região, temos um impacto direto sobre a vida de todos nós, pois as populações de ratos, sapos, caramujos, insetos e outros crescerão. Ou seja, com a perda da biodiversidade jacaré ficaremos mais vulneráveis a pragas e doenças. Aumento de ratos, por exemplo, pode provocar doenças, como a Leptospirose. Por isso, falamos que a biodiversidade é a base da saúde de qualquer lugar do planeta e tem um impacto direto sobre a vida de todos nós.
  • A crescente urbanização, como a via expressa invadindo o Rio dos Afonsos, está transformado os moradores pré-históricos, os jacarés, em vizinhos incômodos. Assim como o Rio dos Afonsos, os jacarés e outros bichos estão sendo tratados como não necessários.

Vamos além de mostrar problemas, apontamos soluções. Há medidas que podem ser tomadas para evitar perdas

A grande questão é conviver em harmonia com todos os animais. Isto é possível. Há opções:
  • Colocar rede de proteção e placas de aviso no point histórico. A Secretaria Municipal do Meio Ambiente poderia providenciar. Tentar capturá-los é enxugar gelo, é tentar dá nó em pingo d’água, pois você tira um e aparecem outros. Há anos é feito isso.
  • Orientar a população para compreender que a presença dos bichos é positiva. Eles cumprem importante papel ecológico.
  • Além de melhorar a convivência com os jacarés, precisamos cuidar da natureza que ainda resiste.
  • Tratar do esgoto e também melhorar a coleta de lixo para livrar os rios da região da tragédia de poluição.
  • Investir educação para sustentabilidade para transformar e ajustar o olhar das pessoas, principalmente as crianças diante da Natureza e harmonizar as atitudes com as questões ambientais e ecológicas. 
  • A recuperação do Rio dos Afonsos é possível. Há tecnologia para isso. Isso depende da consciência da população e da gestão pública, com um programa de preservação, recuperação e uso sustentável que vai além dos mandatos de quatro anos de governo.
  • usar os recursos de compensação ambiental referente ao licenciamento ambiental, considerando o grau de impacto (GI, que inclui o impacto sobre a biodiversidade, os efeitos do empreendimento sobre a área e influência na área de conservação do Parque da Pera Branca) e o valor de referência (VR), onde teremos CA (compensação ambiental) = VR x GI. A responsabilidade do cálculo é do IBAMA.
A JSBS ajuda dar voz a floresta e os animais da região. Defendemos a vida por consciência e bom senso.
Há leis que apoiam os animais, mas elas não andam sozinhas e animais não falam (não pode se manifestar juridicamente). E as leis precisam andar juntas com a educação. E, além de aumentar a consciência ecológica, precisamos aumentar o compromisso das pessoas. É primordial que os gestores públicos tenham real compreensão da biodiversidade local para comunidade saudável, segura, sustentável e resiliente. Então, precisamos levar informação sobre esse assunto.
Una a sua voz a voz da JSBS para que mais e mais pessoas vivam em harmonia coma natureza local.


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